Capital humano: o que é e qual seu impacto nas empresas?

Você sabe o que é Capital Humano?

À primeira vista, ao falarmos de capital a ideia que se tem é de ativos, dinheiro e lucro sobre coisas materiais.

No entanto, este não é o único tipo de capital dentro das empresas.

Como assim?

É que existe outra forma das empresas capitalizarem lucros de forma menos tangível, no caso por meio de pessoas, o que chamamos de capital humano.

Aumente seu capital humano, siga com a leitura

O que é capital humano na empresa?

O capital humano é um conceito de economia que teve suas primeiras menções não oficiais no século 18 com o famoso economista Adam Smith.

Dizemos menção não oficial porque, embora Smith não chamasse de capital humano, ele defendia que as habilidades adquiridas durante a educação ou aprendizagem rendia custos e despesas reais.

Mas foi nos 80 que ganhou o nome com a teoria do capital humano de Gary Becker, com o qual ganhou o prêmio Nobel de Economia de 1992.

Para Becker o capital humano deve receber investimento assim como existe o investimento em maquinário e infraestrutura.

É possível afirmar que, com investimentos o capital humano torna-se um recurso que favorece resultados para a empresa.

O capital humano é um conjunto de valores intangíveis.

Tais como conhecimento, habilidades e até o caráter que o indivíduo conquista durante sua vida, inclusive as experiências desenvolvidas na empresa.

Qual é o valor do capital humano?

A principal característica do capital humano, é que o investimento no ser humano ajuda a aumentar lucros da organização.

O investimento das empresas em capacitação, conhecimento e até mesmo em saúde são formas de capital humano, afinal estes ajudam a capitalizar lucros para a empresa.

Em entrevista para revista Econlib.org, Becker diz que:

“A formação no local de trabalho é uma fonte importante para o aumento nos rendimentos que os trabalhadores alcançam à medida que ganham experiência no trabalho.”

O crescimento da renda per capita de muitos países se deve ao avanço do conhecimento científico e técnico que elevam a produtividade, segundo Becker.

Como isso ajuda as empresas?

Para empresas o capital humano é um dos principais ativos.

Este tipo de capital não pode ser convertido em dinheiro, pois as empresas não vendem seus melhores colaboradores.

Por isso é tão importante a empresa valorizar o capital humano, pois o colaborador saberá se é valorizado, e caso contrário o próprio indivíduo pode sair a procura de um trabalho que o reconheça.

Outro fato que deve ser levado em conta é o desenvolvimento pessoal que cada colaborador tem.

Por exemplo: é comum o pessoal do administrativo ter curso de graduação e no setor produtivo ter cursos técnicos.

Nenhuma das formas de conhecimento pode se dizer que é melhor que a outra.

Ambas são formas de desenvolver o capital humano, e se essas especializações aumentam o valor do colaborador dentro da organização, então o capital humano cumpriu seu papel.

Para entender bem isso na prática, veja o exemplo:

“A pessoa estuda graduação em administração e cai em uma função de atender ligações e entregar boletos o dia todo.”

Isso é desmotivador, pois não há desafio, senão vencer a demanda.

Talvez por isso muitas pessoas pedem demissão, por não serem promovidas após algum tempo fazendo atividades altamente repetitivas.

Tratar o colaborador assim é um desperdício do potencial do capital humano em desenvolver melhorias.

Pense em quantas atividades rotineiras da operação financeira, como no exemplo, robôs fariam isso melhor, mais rápido e mais barato.

Coloque as pessoas pra pensar e deixe os robôs fazerem coisas simples que não precisam do tempo, valor e da capacidade que uma pessoa tem!

Serem humanos são analíticos, críticos, criativas, e foram essas habilidades que nos permitiu evoluir na história da humanidade.

No entanto, nos dias de hoje a evolução é de consciência!

É preciso evoluir a forma de pensar e eliminar velhos hábitos, para gerarmos novas e melhores formas de lidar com as pessoas dentro das organizações.

Essa conscientização é urgente.

Afinal deixar pessoas fazendo trabalho de robôs, leia-se: trabalhos simples, repetitivos e de baixo impacto nos resultado - as deixa cansadas, pois isso não motiva ninguém.

Pessoas pensando e agindo são mais úteis para seu propósito pessoal e para a empresa.

Todos querem se sentir úteis, e que estão agregando valor, dessa forma o capital humano da empresa é valorizado e e consequentemente ajudará a empresa.

Qual é a relação do capital com o humano?

Falar do capital é fácil, afinal sabemos muito bem o que é.

Mas para lembrar:

"O capital é qualquer forma de bem econômico usado na produção de outros bens como produtos ou serviços."

Ou em uma melhor definição, de acordo com o dicionário Financeiro:

O capital é qualquer ativo capaz de gerar um fluxo de rendimentos ao longo do tempo por meio de sua aplicação na produção.

Esse conceito inclui não apenas o dinheiro propriamente dito, mas também os investimentos financeiros, os estoques e os bens que podem ser aplicados para gerar riqueza.

Pegue esse conceito e veja que os colaboradores fazem parte dessa geração de riqueza.

Afinal, nomeamos o indivíduo trabalhador como colaborador, pois colabora com os resultados, usa do seu conhecimento, de habilidades, tanto morais, quanto técnicas para ajudar a empresa a desenvolver seu produto/serviço.

O Humano

Na década de 90 o programa de desenvolvimento humano das Nações Unidas emitiu o primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano.

O objetivo era colocar as pessoas no centro do processo de desenvolvimento nos assuntos econômicos, políticos entre outros.

O conceito do primeiro relatório, e que guiou os próximos foi: “As pessoas são as verdadeiras riquezas de uma nação”.

O foco principal era colocar as pessoas no centro das estratégias para o melhor enfrentamento dos desafios do desenvolvimento.

O desenvolvimento que falamos aqui é medido em escalas globais a partir do Índice de Desenvolvimento Humano ou IDH.

De acordo com as Nações Unidas:

“São ferramentas para análise de políticas que refletem as prioridades das pessoas, fortalecendo as capacidades nacionais, envolvendo parceiros nacionais, identificando desigualdades e medindo o progresso.”

O resultado dessas estratégias é gerar ações focadas na mudança com abordagens que funcionem para os mais diversos tipos de problemas que as pessoas passam.

Embora a preocupação das Nações Unidas seja garantir os direitos humanos, erradicar a pobreza, aumentar a educação e motivar reformas econômicas, no conjunto da obra é o ser humano que melhora.

Como desenvolver o humano para gerar capital na empresa?

Para especialistas, o capital humano dos indivíduos tem influência direta das famílias na construção do conhecimento, de habilidades, saúde, valores morais e até de hábitos.

Em outras palavras, desde o investimento em educação de qualidade, desenvolvimento de vícios e virtudes, a estabilidade conjugal e até a predisposição para atrasar no trabalho são influenciadas pela família.

A influência da família é essencial, afinal não há maneira melhor para formar bons indivíduos do que receber valores e ensinamentos de casa.

A atenção e investimento na formação de qualidade da parte humana é determinante até a sua entrada no mercado de trabalho, pois daí para frente esse desenvolvimento depende de como ele pode agir na organização que trabalhar.

De maneira geral a boa formação do indivíduo pode fazê-lo buscar desenvolver-se sem esperar pelas empresas nas quais trabalhar durante a vida.

Inclusive, é saudável que isso seja incentivado na própria cultura da empresa.

O capital humano é tido em economia como o maior bem da cultura empresarial, pois o valor da empresa acaba sendo medido a partir dele.

Assim como o valor dos seus produtos/serviços, que são gerados a partir do bom trabalho que as pessoas fazem.

Não queremos delimitar um passo a passo de como desenvolver o capital humano na sua empresa.

Mas chamamos atenção para olhar com carinho ao bem maior de tudo que move mercados, economias e sociedades: as pessoas.

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