Drex: Saiba tudo sobre a nova moeda digital brasileira.

Seguindo as diretrizes de modernização do sistema de pagamentos e facilitar o acesso da população a produtos bancários, o Banco Central do Brasil está desenvolvendo o Drex, uma moeda digital 100% brasileira. Atualmente, o Drex está em fase de testes junto às instituições financeiras e tem seu lançamento previsto para 2025.

O Drex é um assunto novo, e a maioria das pessoas ainda não teve contato com tecnologias similares, por isso, criamos este post com as informações mais relevantes para você entender como sua vida financeira poderá ser impactada pela nova moeda.

O que é o Drex?

O Drex é a primeira moeda digital do Brasil, sendo uma extensão das cédulas de dinheiro, porém, as suas transações só acontecerão em ambientes virtuais.

Confira outras características fundamentais do Drex:

  • Classificada como uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC, na sigla em inglês);
  • Emissão e custódia realizadas exclusivamente pelo Banco Central.
  • Manutenção da mesma cotação que o Real em relação a outras moedas.
  • Distribuição ao público feita via bancos intermediários
  • Oferece maior segurança jurídica e privacidade aprimorada no que diz respeito ao compartilhamento de dados pessoais.

Atualmente, mais de 140 países tem iniciativas para criação de suas próprias moedas digitais, que englobam pesquisas de viabilidade até a fase de testes finais, como é o caso do Drex.

Um dos projetos mais avançados é o Yuan Digital, que até 2022 já tinha sido utilizado por 260 milhões de chineses, em diversas províncias.

Drex é considerado uma criptomoeda?

Embora os termos “moeda digital” e “criptomoeda” sejam parecidos e confundam os mais desatentos, é importante deixar claro que o Drex não é uma criptomoeda.

As criptomoedas como o Bitcoin (BTC), o Ethereum (ETH) ou a Solana (SOL) são ativos digitais que tem por principal característica a descentralização, isto é, não são emitidas ou custodiadas por nenhum governo ou autoridade monetária.

Por exemplo, o Bitcon possui uma quantidade máxima de unidades que podem ser utilizadas, os quais são de 21 milhões, estima-se que hoje há em circulação 17 milhões de bitcoins.

Isso faz com que as criptomoedas sejam ativos de muita volatilidade e sofram grandes oscilações em seu preço de compra e venda em um período de dias ou horas.

O mesmo não acontece com o Drex. Por ser regulado por uma autoridade monetária, o Banco Central, o Drex tem valor equivalente ao Real, portanto:

  • R$ 1 = 1 Drex

Entretanto, Real e Drex serão contabilizados de forma separadas nas contas bancárias: o extrato mostrará um valor em Real e um valor em Drex.

Como vai funcionar o Drex?

O Drex estará disponível em contas digitais de instituições financeira e seus aplicativos, ou em carteiras digitais como Google Pay ou Apple Pay. Dessa forma será possível converter o dinheiro físico em virtual, ou vice-versa.

Uma vez que o usuário tenha um valor em Drex na sua conta, poderá realizar pagamentos em lojas e outros estabelecimentos comerciais, pagar boletos e fazer aplicações financeiras.

O dinheiro físico vai acabar?

Não, as notas e moedas em circulação não serão substituídas pelo Drex, da mesma forma que não foram substituídas pelo PIX.

A criação de uma moeda digital é para facilitar o acesso da população a serviços bancários, diminuir burocracias e aumentar a segurança das transações online.

As diferenças entre Drex e PIX

O PIX causou grande impacto no sistema financeiro devido, principalmente, a sua agilidade e praticidade de uso. Para termos uma ideia, em 2023 foram registrados R$ 15 trilhões em transações via PIX.

Sendo assim, a aposta do BC é que o Drex cause um impacto muito similar ao seu “primo” digital, mas o impacto se dará em âmbitos diferentes.

A principal diferença é a essência tecnológica de ambos, o PIX é uma transação financeira instantânea, assim como o TED e o DOC. Já o Drex é o dinheiro utilizado na transação, porém ele é virtual.

Exemplo prático: você poderá fazer um PIX no valor de 100 Drex para a quitação de um pagamento.


Enquanto o BC será o único responsável pelas transações de Drex, os bancos são os responsáveis pelas transações feitas via PIX.

"O Drex é um complemento ao Pix, e não um substituto”, diz o gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, Ricardo Pandur. “O Pix atendeu muito bem ao varejo, à pessoa física e ao comércio, mas temos um mercado de capitais, de alto valor e de transações entre empresas que o Drex atacará no primeiro momento.”

Drex e a tecnologia Blockchain

Além de ser uma moeda digital, o Drex também será uma plataforma blockchain.

Este sistema se transformará em um ecossistema onde as instituições poderão interagir em rede para a troca de ativos digitais, utilizando contratos inteligentes.

Em essência, o Drex englobará diversas operações do sistema financeiro do Brasil.

Uma blockchain representa uma forma específica de Tecnologia de Registro Distribuído (Distributed Ledger Technology - DLT), sendo o berço das criptomoedas e o local onde transações em finanças descentralizadas (DeFi) são realizadas.

Uma Tecnologia de Registro Distribuído (DLT) emprega uma sequência de blocos para estruturar e preservar as transações.

Cada integrante da blockchain (conhecido como “nó”) detém uma réplica desses dados, verificados pelas cópias mantidas pelos outros integrantes.

 Isso assegura que as informações sejam sempre consistentes, confirmando a integridade dos dados em toda a rede. A segurança aumenta proporcionalmente ao número de participantes.


Portanto, à medida que as transações ocorrem, seus dados são captados e confirmados no DLT resultando em registros permanentes, acessíveis e imutáveis.

Diferentemente de um banco de dados convencional gerido por uma instituição bancária ou governo, não há uma entidade central que administre essas informações.

Para o desenvolvimento do projeto-piloto, optou-se pela Hyperledger Besu, da Linux Foundation, sendo um blockchain empresarial de código aberto, fundamentado na tecnologia Ethereum.

"O software de código aberto fornece blocos de construção que não são apenas reforçados pela comunidade por trás dele, mas que são extensíveis, flexíveis e não dependem de um único fornecedor", explica a diretora-executiva da Hyperledger Foundation, Daniela Barbosa.


Ademais, as transações conseguem ativar automaticamente ações de acompanhamento mediante contratos inteligentes.

Estes são pré-configurados para executar ações específicas quando certas condições são atendidas. Assim, um pagamento pode automaticamente resultar na transferência de um ativo digital, eliminando a necessidade de etapas extras.

Hyperledger Besu é uma plataforma de contabilidade distribuída. Isso significa que é a infraestrutura de manutenção de registros do Drex. O objetivo das moedas digitais é eliminar os partidos centrais que retardam ou criam barreiras às transações financeiras” complementa Daniela.

Como funciona a Blockchain?

Uma rede Blockchain consiste em uma combinação de hardware e software projetada para registrar, guardar e transferir ativos que possuem valor financeiro ou jurídico, garantindo a segurança por meio de sua imutabilidade total.

Nessa plataforma, os ativos são convertidos em tokens. Um token atua como uma representação digital de um bem físico ou não.

Eles se dividem em tokens tangíveis (imóveis, veículos, equipamentos) e tokens intangíveis (marcas, patentes, direitos autorais).

O Drex é seguro?

Sim.

A característica mais destacada da blockchain que suportará o Drex é a segurança das transações.

Se a rede for comprometida por um invasor externo que altere o banco de dados, a cópia afetada se torna corrompida.

Pois simplesmente alterar os dados não é suficiente, porque essa cópia alterada se tornará incompatível com os demais “nós” da rede, como se peças não se encaixassem.

Entretanto, o Drex funcionará numa blockchain privada, e os “nós” usados nesta etapa de validação não serão de todos os participantes, e sim das entidades que administram o sistema de pagamentos brasileiro como o Banco Central, Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) ou o Tesouro Nacional.


Ser uma rede privada implica que somente indivíduos autorizados têm acesso, mas isso não garante automaticamente privacidade nas transações.

Atualmente, o foco do projeto-piloto do Banco Central está justamente nesse aspecto: os consórcios envolvidos estão trabalhando para assegurar que dados sensíveis dos usuários não fiquem expostos a todos os participantes da rede. O que vai contra a Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD).

Qual será o custo das transações?

Haverá cobrança, porém, o Banco Central ainda não divulgou o custo para o uso do Drex. A projeção é que os valores sejam muito mais baixos do que os praticados no cartão de crédito, por exemplo.

Embora o Drex ainda não esteja disponível para uso, você e seu negócio já podem se beneficiar de iniciativas que utilizam tecnologias para melhorar a experiência do cliente e aumentar a produtividade dos times, como as soluções de autoatendimento da Simplifica+.

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